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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um pouco de teoria sobre as mandalas.


A mandala, no sânscrito, significa círculo de cura, mundo inteiro ou integral. Ela está ligada ao universo das energias iluminadas, as mesmas que paradoxalmente constituem as emoções em desequilíbrio, como raiva, apego etc... Os tibetanos se valem da expressão Khyil-khor para se referir à mandala, no sentido de ‘centro do Universo, no qual reside o Ser Divino e Iluminado’. As esferas sugerem, nesta visão, totalidade, unidade, algo completo e eternidade. Eles vêem as mandalas, assim, como edifícios majestosos construídos nas esferas celestiais. Os budistas da linha Vajrayana adotam uma espécie de diagrama para simbolizar estas moradas sublimes, que também assumem a representação da mente no seu estágio mais iluminado. Desde épocas ancestrais os círculos têm para a Humanidade um simbolismo profundo. Entre os primitivos, os anos eram representados como o ciclo percorrido pelo Cosmos. Nos recintos sagrados de todos os tempos percebe-se a presença de mandalas nos detalhes arquitetônicos, simbolizando a eternidade como uma concepção dos deuses, uma vez que eles eram considerados os construtores dos templos. Entre os povos mais antigos as residências eram edificadas a partir de um ponto central, assim seus moradores podiam incessantemente recriar o mundo, reproduzindo e preservando as atitudes do Criador, e ao mesmo tempo estar ligado às três etapas da vida – inferior, média e superior.
Há vários tipos de mandala, algumas pintadas conforme uma técnica conhecida como thangkas, outras construídas em três dimensões sobre madeira ou metal, e algumas edificadas com areia colorida.Elas são sempre compostas com uma rica combinação de cores, tecendo imagens que contribuem, através de seu poder de desencadear intensa energia de concentração, para que se alcance maiores níveis de meditação.
Geralmente as mandalas são desassociadas em quatro partes, incentivando assim a contemplação. Estas frações representam, no budismo tibetano, as quatro nobres verdades – a do sofrimento; a da causa do sofrimento; a da extinção da causa do sofrimento e a da senda que leva à extinção do sofrimento. Os iniciados ao Budismo são intensamente formados através do recurso às mandalas, para que assim possam melhor compreender o sentido da iluminação. Seu mecanismo de criação já é em si uma espécie de meditação, pois seu criador mentaliza esta imagem em uma disposição tridimensional.
Podemos assim dizer que: mandala designa uma imagem organizada ao redor de um ponto central. É uma manifestação simbólica da psique humana. Inúmeros exemplos de mandalas são encontrados na natureza, desde a organização das flores até a do sistema solar. Utilizados em escolas européias há mais de 20 anos, os “desenhos centralizados” mostraram-se extremamente eficazes ao acalmar crianças muito inquietas, melhorar os estados depressivos e atenuar choques emocionais. Apropriadas para todas as idades, as mandalas têm uma eficácia dupla: por um lado, restabelecem e conservam a ordem psíquica e, por outro, a lembrança do centro, sempre presente, auxilia no reequilibrio dinâmico.
Vários estudos já provaram o efeito curativo das imagens circulares na alma.Especialmente na área infantil, colorir mandalas (formas circulares que representam Deus, o ser humano, a vida e a criação), comprovadamente tranquiliza crianças nervosas, reduz tensões e faz desaparecer medos adormecidos no subconsciente por causa do relaxamento a que são conduzidas.Neste estado de meditação a criança dá um passo para o desenvolvimento do núcleo da personalidade, o próprio Eu.Inédito no Brasil como forma terapêutica para crianças, esta abordagem já é usada em vários países da Europa, onde, em inúmeras escolas, pintar uma mandala antes de aulas que requerem concentração prepara as crianças para assimilar melhor o conteúdo didático. É dirigido para crianças a partir dos 6 anos de idade.
Sem deixar de dizer que elas amam pintar!

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